domingo, 29 de março de 2015

Entendendo o autismo (legendado em português)

O que acontece na infância, não fica na infância…




Há tempos, sabemos da importância da infância para uma vida adulta feliz e saudável. Recentemente, li algo sobre o assunto, que citava o seguinte exemplo: se uma criança, que chora e pede para ser alimentada, é ignorada pela mãe no momento do choro, mas é atendida quando espera em silêncio, esta criança grava em seu subconsciente, que quando quer alguma coisa não deve pedir e nem chorar, mas esperar, pois alguém vai perceber sua necessidade apenas em seu silêncio. Achei o exemplo esplêndido, porque apesar de fazer muito sentido e parecer lógico, é algo tão cruel, que eu não havia pensado nisso. Esta criança se tornará um adulto que não luta pelo que quer, mas que espera silenciosamente. Percebi o quanto pequenas atitudes podem influenciar o comportamento de um individuo a sua vida inteira, sem que o mesmo nem se dê conta.
Certa vez, tive a seguinte experiência com vizinhos de apartamento: as paredes não eram maciças o bastante para abafar os sons mais altos. Todos os dias, a mãe das crianças parecia um anjo enquanto o marido estava em casa: falava baixinho e parecia a melhor mãe do mundo, além de esposa exemplar. Porém, assim que o marido saía de casa, a mulher começava a gritar freneticamente com as crianças. Por vezes, trancava-as no banheiro ou no quarto para limpar a casa. O caso era claro: o casamento não ia bem, a mulher estava sempre competindo com a ex-mulher do marido e tentava a todo custo manter a casa na mais perfeita ordem. Quando o homem chegava em casa, a mesma estava impecável e a mulher parecia ser tranquila.
Eu me pergunto: o que aquelas duas crianças vão levar para suas vidas adultas sobre essas experiências com sua mãe? Será que sempre verão no pai, o falso herói, que era capaz de transformar a mãe nervosa em uma pessoa calma e prestativa? Será que se darão conta algum dia, da oscilação terrível de humor a que eram submetidos diariamente, por conta da insegurança da mãe? De que forma esse tipo de experiência afeta a vida das pessoas quando já adultas? Será que todo estudo de psicologia e psicanálise nos permite mesmo olhar para trás e trabalhar o que nos foi feito quando ainda éramos tão vulneráveis e vazios de aprendizado?
Não conheço as respostas para essas questões, mas gosto das dúvidas que elas proporcionam. Conheço uma psicóloga que decidiu pausar sua vida profissional, quando se tornou mãe. Ela sabia da importância fundamental dos dias infantis de sua filha, para que a mesma pudesse se tornar uma adulta feliz e segura, sem traumas e com comportamentos oriundos de uma infância mal vivida. Certamente, muitas mães fariam o mesmo, se soubessem do grau tão elevado de importância da infância, na vida de um ser humano.
Quer um filho saudável, feliz e bem sucedido? Proteja sua infância. Viva seus dias com ele e para ele. O proteja de atitudes bobas como a da mãe que maltratava seus filhos, toda vez que o marido saía de casa.
Ser criança é ser um indivíduo vazio, pronto para aprender com seus pais, absorvendo tudo, sem possibilidade de filtrar o que é bom e o que é ruim. Se na maioria das vezes, nem mesmo os pais percebem o quão falhos são, quem dirá as crianças?
Não somos responsáveis por nossa infância e nem pelo que fizeram conosco. Sobre isso e para isso, utilizamos os recursos da psicologia. Mas somos sim, totalmente responsáveis pela infância de nossos filhos.
Que todo amor seja destinado aos nossos. E quando necessário, vale buscar ajuda profissional, já que o assunto é tão sério, delicado e difícil.
Porque o que acontece na infância, não fica na infância.
Mas fica… para a vida toda!
Por Carolina Vila Nova

quarta-feira, 25 de março de 2015

OS 7 TIPOS DE INTELIGÊNCIA


Segundo Howard Gardner, psicólogo autor desta teoria, existem ao todo 7 tipos de inteligência e todas as pessoas tem um pouco dos 7 combinados dentro de si. No entanto cada pessoa tem um deles desenvolvido de modo mais forte e que se sobrepõe sobre os outros.
Os 7 tipos de inteligência identificados no trabalho de Howard Gardner são:



1. Inteligência Linguística: Talento para lidar com as letras e com as pessoas 
As pessoas que possuem este tipo de inteligência tem grande facilidade de se expressar tanto oralmente quanto na forma escrita. Elas além de terem uma grande expressividade, também tem um alto grau de atenção e uma alta sensibilidade para entender pontos de vista alheios. É uma inteligência fortemente relacionada ao lado esquerdo do cérebro é uma das inteligências mais comuns. 
2. Inteligência Lógica: Talento para lidar com números e questões lógicas
Pessoas com esse perfil de inteligência tem uma alta capacidade de memória e um grande talento para lidar com matemática e lógica em geral. Elas tem facilidade para encontrar solução de problemas complexos, tendo a capacidade de dividir estes problemas em problemas menores e ir os resolvendo até chegar a resposta final. São pessoas organizadas e disciplinadas. É uma inteligência fortemente relacionada ao lado direito do cérebro. 
3. Inteligência Motora: Talento para os esportes e para a dança
Pessoas com este tipo de inteligência possuem um grande talento em expressão corporal e tem uma noção espantosa de espaço, distancia e profundidade. Tem um controle sobre o corpo maior que o normal, sendo capazes de realizar movimentos complexos, graciosos ou então fortes com enorme precisão e facilidade. É uma inteligência relacionada ao cerebelo que é a porção do cérebro que controla os movimentos voluntários do corpo. Presente em esportistas olímpicos e de alta performance. É um dos tipos de inteligência diretamente relacionado a coordenação e capacidade motora. 
4. Inteligência Espacial: Grande capacidade de abstração 3D e 2D, relacionada também a criatividade
Pessoas com este perfil de inteligência, tem uma enorme facilidade para criar, imaginar e desenhar imagens 2D e 3D. Elas tem uma grande capacidade de criação em geral mas principalmente tem um enorme talento para a arte gráfica. Pessoas com este perfil de inteligência tem como principais características a criatividade e a sensibilidade, sendo capazes de imaginar, criar e enxergar coisas que quem não tem este tipo de inteligência desenvolvido, em geral, não consegue
5. Inteligência Musical: grande talento para a música e aptidão criativa
É um dos tipo raros de inteligência. Pessoas com este perfil tem uma grande facilidade para escutar músicas ou sons em geral e identificar diferentes padrões e notas musicais. Eles conseguem ouvir e processar sons além do que a maioria das pessoas consegue, sendo capazes também de criar novas músicas e harmonias inéditas. Pessoas com este perfil é como se conseguissem “enxergar” através dos sons. Algumas pessoas tem esta inteligência tão evoluída que são capazes de aprender a tocar instrumentos musicais sozinhas. Assim como a inteligência espacial, este é um dos tipos de inteligência fortemente relacionados a criatividade.
6. Inteligência Interpessoal: liderança prática para comandar as pessoas
Inteligência interpessoal é um tipo de inteligência ligada a capacidade natural de liderança. Pessoas com este perfil de inteligência são extremamente ativas e em geral causam uma grande admiração nas outras pessoas. São os lideres práticos, aqueles que chamam a responsabilidade para si. Eles são calmos, diretos e tem uma enorme capacidade para convencer as pessoas a fazer tudo o que ele achar conveniente. São capazes também de identificar as qualidades das pessoas e extrair o melhor delas organizando equipes e coordenando trabalho em conjunto. 
7. Inteligência Intrapessoal: Liderança indireta para influenciar as pessoas
É um tipo raro de inteligência, também relacionado a liderança. Quem desenvolve a inteligência interpessoal tem uma enorme facilidade em entender o que as pessoas pensam, sentem e desejam. Ao contrário dos lideres interpessoais que são ativos, os lideres intrapessoais são mais reservados, exercendo a liderança de um modo mais indireto, através do carisma e influenciando as pessoas através de idéias e não de ações. Entre os tipos de inteligência, este é considerado o mais raro.

(Nathalia Paccola)

domingo, 22 de março de 2015

A importância dos objetos inseparáveis do bebê e da criança

Quem mergulha no baú musical dos anos 80 encontra o ursinho que consolava o apaixonado não correspondido. Só pra lembrar:
Meu ursinho Blau Blau
De brinquedo
Vou contar pra você um segredo
Só você mesmo pra me aturar
(…)
Ai, meu amigo Blau Blau de brinquedo
Diz pra ela esse nosso segredo
(…)
 
Ouvir segredos íntimos, estar ao lado, consolar. Servir de apoio, dar segurança. É isto que Blau Blau e tantos outros bichinhos de pelúcia ou tecido, cobertorzinhos, paninhos e travesseirinhos fazem na vida dos pequenos.
Denominados objetos transicionais pelo pediatra e psicanalista inglês Donald Winnicott (1896-1971), eles conferem às crianças suporte emocional, especialmente nos momentos de separação ou solidão. Sua importância é tão grande que até os personagens infantis os carregam consigo onde quer que estejam.
objetos transicionais
Quando os bebês nascem eles encontram-se num estado fusional com o ambiente – a mãe, outro cuidador ou objetos que lhe são apresentados. Eu-outro é vivido pelo bebê como um só ser.
Por volta do terceiro mês inicia-se a transição de ser um para ser dois. Com ela, é comum o bebê utilizar a ponta do lençol, da fronha, do cobertor, do paninho usado para arrotar, da própria orelha, ou mesmo chupar o dedo ou emitir pequenos sons para minimizar a angústia presente nos momentos de ruptura. Do mesmo modo, se o bebê tem à disposição brinquedos macios ou chupeta, estes podem cumprir com esta função acalentadora.
A maioria dos bebês elege um objeto transicional entre o quarto e o décimo segundo mês de vida. No entanto, alguns bebês não escolhem um objeto que simbolicamente substitua a proteção materna. Isto só deve ser motivo de preocupação quando não é dada ao bebê a oportunidade dele ter sempre ao seu lado o mesmo objeto (a constância do objeto é tão importante quanto à constância do ambiente para o bebê sentir-se seguro), ou quando, em casos mais raros, a escolha fica inviabilizada em função de um sofrimento psíquico que impede o bebê de viver os estados de ruptura – ou seja, ele encontra-se patologicamente fundido à mãe (comum nas psicoses) ou totalmente isolado em seu mundo interno.
Quando os bebês começam a balbuciar, normalmente inventam um nome para seu “companheiro”, geralmente utilizando som muito parecido com o da pronúncia da palavra que o adulto o denomina – Fafá, para uma fraldinha;Au, para um cachorrinho; Tatá, para uma chupeta. É como se eles tivessem uma vida real. Por isso, qualquer tentativa de substituição do objeto eleito é vivenciada pela criança como uma agressão. Aliás, não é preciso nem tentar trocar um objeto por outro; basta lavá-lo e seu cheiro e toque serem modificados para a criança não reconhecê-lo como seu.
Ao mesmo tempo em que os objetos transicionais são inseparáveis e muito amados pela criança, eles também podem ser momentaneamente odiados. Por isso, não é incomum a criança arremessá-lo para longe, arrancar-lhe um pedaço, pisar em cima dele. Mesmo “destruído”, a criança perceberá que seu objeto amado continua existindo, não como algo físico, mas como algo que o conforta nas transições presença-ausência materna (ou do cuidador), como na hora de dormir, nas despedidas e nas situações desconhecidas. A criança faz com seu objeto amado o mesmo que faz com os pais: ama-os, mas pode odiá-los em alguns momentos. Aos pais, fica o desafio de sobreviver à segunda parte!
Os objetos transicionais não tem idade para serem deixados de lado. Uma vez que a criança o despreze, ela pode querê-lo de volta num momento mais delicado de sua vida, como nas situações de mudanças ou doenças. Se ela já não o encontra mais, ela pode implorar pelo objeto relegado ou eleger um novo. É como se ela pedisse um colinho, um consolo, como na música do Ursinho Blau Blau. Nessas horas, se não há ursinho, paninho, chupeta ou afins, a presença efetiva dos pais é fundamental para que ela possa atravessar a dificuldade com mais segurança e inteireza. Os objetos substitutos são importantes; os reais, imprescindíveis!